sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Retorno?

Pra quem estava a fim e tooodo empolgado em postar todo dia, acho que fracassei.
O que me traz aqui não pode nem ser chamado de insônia.
É pura inquietação..
Alguns podem chamar de dor de cotovelo ou sei lá... 'Mágoa' é uma palavra que tenho ouvido bastante pra descrever esse estado. Mas ao contrário da ironia nervosa que leva a essa nomeação, tudo que sinto é puro despedaçamento, pura agonia e sangue, muito sangue... Sim, desconexo, eu sei... Mas é isso. É aquela dor sozinha, dor que não tem a comunicação para lhe transformar em ironia e cumplicidade, para metamorfoseá-la em 'mágoa'...

É estranho eu dizer isso, porque apesar de estar 'curtindo' essa tristeza (palavra tórrida, que tanto quis, tanto quero e tantos quiseram evitar por sua obviedade e aspecto raso) sozinho e evitando a comunicação (principalmente a internética), que tanto alento podia tentar me trazer, estou aqui neste blog porque me veio à mente 'Pra que desperdiçar essas lágrimas quentes, pra que deixar mais uma onda de emoção se esvair sem catarse? Pra que evitar as palavras que foram tão boas comigo e com a minha criação, que me deram refúgio (não é a porra do nome do blog, afinal?) por tanto tempo?'

Então, penso que apesar de não querer comunicar, quero poetizar ou ao menos brincar com as palavras que servem de ilustração pra minha dor. Interessante essas ações instintivas do homem veiculadas ou mesmo "essencializadas" pela linguagem... Lembram-me os primeiros textos que li na faculdade, textos lingüísticos inclusive... Textos da carreira que eu não sabia que queria, que, naquele tempo, eu mal sabia que existia... Textos que hoje fazem parte do meu mundo e da minha mente mesmo nesse momento emotivo e pessoal... Textos que se ligam à carreira que eu escolhi, não totalmente certo, sem muita objetividade.

Como na minha interpretação pro conto do Tchekov no semestre passado, vejo que subjetividade e objetividade vivem se degladeando em volta e dentro do ser humano... A emoção cercando-se de argumentos profissionais e portanto mais voltados para a realidade dura e crua e a razão sendo interrompida por uma escolha instintiva, quase sentimental... Essa complexidade humana que me faz deixar de lado ou pelo menos tentar deixar todos os esteriótipos e 'caixinhas' que têm me sido mostradas. Nada vindo de um humano é raso o bastante para ser explicado com poucas palavras, mesmo quem esteja analisando seja o mais fooooda em tal função....

Incrível como dando voltas e voltas, como devaneando, me distraí no texto e na vida... As lágrimas secaram e a atividade cerebral só aumentou... Sinto que agora é capaz que apareça uma insônia, mas espero curar com meu remédio secreeeto (tá, não tão secreto assim): o álbum Ágætis byrjun do Sigur Rós. Não uso para dormir exatamente, mas sim pra relaxar e se esse já era um momento de ansiedade/tensão, agora talvez seja mais ainda...

É lendo posts como o do Leco em seu blog Gays in the jungle que eu acredito que eu ainda tenha salvação... rs Que a superação seja alcançável e que o coração de pedra seja recuperável, na seção de loja de departamento em que eu o larguei. Sério, ando precisando voltar à vida sozinha e solitária sem-lágrimas. Não, sei que não vai ser igual, nunca mais! Mas que me adianta bater o pé e ignorar minha realidade? Não pretendo repetir a aventura tão cedo, não.. Não é que eu não queira (pelo menos não é exatamente isso), mas definitivamente eu preciso me conhecer mais (ou talvez o termo preciso seja 'de novo') e me conhecer na solitude, o estado original, enfim...

Bom, vou me jogar no islandês ou no idioma inventado (não sei ao certo) da banda supracitada e ver o que acontece. Boa noite e boa vida.

Pelo que vejo aqui se tornará realmente meu refúgio nessa internet atualmente indesejada.